O Império Romano, considerado uma das maiores civilizações da história, foi uma entidade vasta, poderosa e culturalmente rica que dominou a região mediterrânica e não só durante centenas de anos.

O seu início oficial é tradicionalmente datado de 27 a.C., quando Caio Octávio, também conhecido como Octaviano, se tornou o primeiro imperador romano e adoptou o nome de Augusto, o que marcou o fim da República Romana e o início do Império Romano.

No seu auge, o Império Romano incluía terras na Europa, África e Ásia, estendendo-se desde as Ilhas Britânicas até ao Próximo Oriente e desde os rios Reno e Danúbio até ao Norte de África.

O império era conhecido pelas suas poderosas forças armadas, extensas infra-estruturas (incluindo estradas, aquedutos e edifícios) e contribuições culturais duradouras em matéria de direito, língua, arquitetura e governo.

O Império Romano dividiu-se em Império Ocidental e Império Oriental em 395 d.C. O Império Romano Ocidental caiu em 476 d.C. quando o último imperador romano ocidental, Rómulo Augusto, foi deposto.

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O Império Romano do Oriente, conhecido como Império Bizantino, sobreviveu durante mais mil anos, até 1453 d.C., altura em que caiu nas mãos dos turcos otomanos.

A influência do Império Romano continua a fazer-se sentir em numerosos aspectos da cultura e da sociedade ocidentais, incluindo o governo, o direito, a arquitetura, a língua e a engenharia, tendo também desempenhado um papel significativo na difusão do cristianismo.

Período / Evento Intervalo de datas Breve descrição
Fundação de Roma 753 A.C. Segundo a lenda, Roma foi fundada pelos irmãos gémeos Rómulo e Remo.
Reino Romano 753 A.C. - 509 A.C. O período mais antigo da história romana caracteriza-se por

por um regime monárquico, incluindo figuras lendárias como o rei Rómulo.

República Romana 509 A.C. - 27 A.C. A República foi estabelecida em 509 a.C., após o derrube do último rei romano, Tarquínio, o Orgulhoso.

Este período foi caracterizado por uma constituição mista de elementos democráticos e oligárquicos.

Júlio César nomeado "ditador perpétuo 44 A.C. Depois de uma série de guerras civis, Júlio César tornou-se o homem mais poderoso de Roma, declarando-se "ditador perpétuo" e sendo assassinado por conspiradores um mês depois.
Octávio torna-se Augusto 27 A.C. Após mais guerras civis, o filho adotivo de Júlio César, Octávio, torna-se o primeiro imperador romano, assumindo o nome de Augusto, o que marca o fim da República Romana e o início do Império Romano.
Pax Romana 27 A.C. - 180 D.C. O Império Romano vive um período de relativa paz e estabilidade, conhecido como Pax Romana, ou "Paz Romana".
O imperador Constantino e o cristianismo 312 D.C. O imperador Constantino converte-se ao cristianismo e emite o Édito de Milão em 313 d.C., concedendo tolerância religiosa em todo o império, o que marca o início da ascensão do cristianismo como religião dominante do Império Romano.
Divisão do Império 395 D.C. O Império Romano divide-se formalmente em duas metades, uma oriental e outra ocidental, cada uma com o seu imperador. O Império Romano do Ocidente continua a declinar, enquanto o Império do Oriente, também conhecido como Império Bizantino, continua por mais mil anos.
Saque de Roma pelos Visigodos 410 D.C. Os visigodos, uma tribo germânica, saqueiam Roma em 410 d.C., o que representa um golpe significativo no prestígio e no poder do Império Romano do Ocidente.
Queda do Império Romano do Ocidente 476 D.C. O Império Romano do Ocidente cai oficialmente quando o último imperador, Rómulo Augusto, é deposto pelo rei germânico Odoacer, o que é tradicionalmente visto como o fim do mundo antigo e o início da Idade Média na Europa.
Queda do Império Romano do Oriente/Império Bizantino 1453 D.C. O Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino, cai quando Constantinopla é capturada pelos turcos otomanos, o que marca o fim definitivo do Império Romano.

Cronologia do Império Romano

Fundação de Roma (753 a.C.)

Segundo a lenda, Roma foi fundada em 753 a.C. pelos irmãos gémeos Rómulo e Remo, que foram criados por uma loba.

Os irmãos acabaram por disputar quem governaria a nova cidade, tendo Rómulo matado Remo e tornado-se o primeiro rei de Roma. No entanto, esta é apenas uma lenda.

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Na realidade, Roma terá sido fundada por latinos e sabinos que viviam na região, tendo a cidade crescido gradualmente em poder e influência, absorvendo as comunidades vizinhas.

Reino Romano (753 a.C. - 509 a.C.)

Durante o período do Reino Romano, Roma foi governada por sete reis sucessivos, a partir de Rómulo, que não eram monarcas hereditários, mas eleitos vitaliciamente pela comitia curiata, uma assembleia de cidadãos romanos.

O Reino Romano registou importantes desenvolvimentos na organização da cidade e das suas instituições.

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O último rei, Lucius Tarquinius Superbus (Tarquínio, o Orgulhoso), era uma figura tirânica que foi derrubada em 509 a.C. depois de o seu filho Sextus Tarquinius ter violado Lucretia, uma nobre. Este acontecimento levou a uma revolta e à criação da República Romana.

República Romana (509 a.C. - 27 a.C.)

A República Romana caracterizava-se por uma constituição mista de elementos democráticos e oligárquicos, sendo governada por um Senado e por magistrados anuais designados por cônsules.

Durante este período, Roma expandiu a sua influência, conquistando gradualmente toda a península italiana e expandindo-se depois para o Norte de África, Espanha e Grécia.

A República foi marcada por conflitos sociais, nomeadamente o Conflito das Ordens entre Patrícios (nobreza) e Plebeus (plebeus), e mais tarde foi desestabilizada por uma série de guerras civis e conflitos políticos, incluindo os que envolveram Júlio César, Pompeu e Marco António.

Estas lutas culminaram com a ascensão de Octávio, filho adotivo de Júlio César, que se tornou o primeiro imperador romano e tomou o nome de Augusto, marcando o fim da República Romana e o início do Império Romano.

Júlio César nomeado "ditador perpétuo" (44 a.C.)

Júlio César foi um general militar e estadista que desempenhou um papel fundamental na ascensão do Império Romano. Formou o Primeiro Triunvirato com Pompeu e Crasso, uma aliança política não oficial que dominou a política romana.

Depois da morte de Crasso e de uma desavença com Pompeu, César mergulhou Roma numa guerra civil. Saiu vitorioso em 45 a.C. e declarou-se "ditador perpétuo". As suas reformas incluíram a reforma do calendário (que conduziu ao calendário juliano) e a centralização da burocracia.

No entanto, a sua acumulação de poder alarmou muitos senadores, que o assassinaram nos Idos de março (15 de março) de 44 a.C., na esperança de restaurar a República.

Octávio torna-se Augusto (27 a.C.)

Após o assassinato de César, Roma mergulhou num período de guerra civil e de turbulência política. Octávio, o herdeiro adotivo de Júlio César, acabou por sair vencedor, formando o Segundo Triunvirato com Marco António e Lépido, mas esta aliança também se desfez.

Otávio derrotou António e a sua aliada, a rainha Cleópatra do Egipto, na Batalha de Áccio, em 31 a.C. Em 27 a.C., Otávio tornou-se efetivamente o primeiro imperador romano, assumindo o nome de Augusto.

O seu reinado deu início a um período de paz e prosperidade conhecido como Pax Romana.

Pax Romana (27 a.C. - 180 d.C.)

A Pax Romana, ou "Paz Romana", foi um período de relativa estabilidade e prosperidade em todo o mundo mediterrânico, que começou com Augusto e terminou, em geral, com a morte de Marco Aurélio.

Durante este período, o Império Romano atingiu a sua maior extensão territorial e a sua cultura e economia floresceram. O direito, a arquitetura, a literatura e a língua romanas deixaram uma marca indelével no mundo ocidental.

No entanto, a Pax Romana não foi isenta de conflitos, tendo havido perturbações significativas, como as guerras judaico-romanas. Apesar do seu nome, a Paz Romana foi mantida por uma prontidão militar contínua e guerras ocasionais.

O imperador Constantino e o cristianismo (312 d.C.)

Constantino, o Grande, foi um dos imperadores mais influentes da história romana, tendo governado de 306 d.C. até à sua morte em 337 d.C.

Em 312 d.C., antes da Batalha da Ponte Milviana, Constantino terá tido uma visão da cruz cristã e atribuído a sua subsequente vitória ao Deus cristão.

Em seguida, promulgou o Édito de Milão, em 313 d.C., que concedeu liberdade religiosa em todo o império e permitiu que os cristãos adorassem abertamente sem receio de perseguições.

Convocou também o Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., para resolver a questão do arianismo, uma disputa teológica no seio da Igreja Cristã. Acabou por transferir a capital do império de Roma para Bizâncio, que passou a chamar-se Constantinopla (a atual Istambul) em sua honra.

Divisão do Império (395 d.C.)

O Império Romano foi formalmente dividido em duas metades, oriental e ocidental, em 395 d.C., após a morte do imperador Teodósio I, o último imperador a governar as duas metades do império.

Os seus filhos Arcádio e Honório herdaram o Império Romano do Oriente e o Império Romano do Ocidente, respetivamente. O Império Romano do Ocidente continuou a declinar devido a uma combinação de instabilidade interna e pressão externa das tribos germânicas.

Por outro lado, o Império Oriental, também conhecido como Império Bizantino, preservou grande parte das tradições jurídicas e culturais romanas, e continuaria a existir durante mais de mil anos.

Saque de Roma pelos Visigodos (410 d.C.)

Os visigodos eram uma tribo germânica que, inicialmente, tinha sido aliada do Império Romano, mas que depois se voltou contra ele.

Liderados pelo rei Alarico I, os visigodos cercaram Roma e acabaram por saquear a cidade em 410 d.C. Embora o Império Romano já estivesse em declínio há algum tempo, o saque da sua capital representou um golpe significativo no seu prestígio e poder.

Foi a primeira vez, em quase 800 anos, que Roma caiu perante um inimigo, o que constituiu um marco significativo no declínio do Império Romano do Ocidente.

Queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.)

Ao longo do século V, o Império Romano do Ocidente sofreu contínuas invasões, declínio económico, corrupção interna e instabilidade. O seu poder diminuiu e, em 476 d.C., chegou o fim quando o último imperador, um jovem rapaz chamado Rómulo Augusto, foi deposto pelo rei germânico Odoacer.

Odoacro declarou-se rei de Itália e não se deu ao trabalho de nomear um novo imperador, marcando o fim do Império Romano do Ocidente.

Esta data é tradicionalmente utilizada para assinalar o fim do mundo antigo e o início da Idade Média na Europa.

É de notar que as pessoas da época não reconheceram este facto como a "queda" de Roma, uma vez que as instituições do Império Romano, incluindo a língua, a cultura, a lei e a administração, continuaram a existir sob formas alteradas durante muitos séculos.

Queda do Império Romano do Oriente/Império Bizantino (1453 d.C.)

O Império Romano do Oriente, conhecido historicamente como Império Bizantino, conseguiu sobreviver à queda do Ocidente e continuou a existir durante mais de mil anos. Este império preservou muito do direito, da cultura e do conhecimento romanos que se perderam no Ocidente durante a Idade Média.

A sua capital, Constantinopla, era um importante centro de comércio e cultura. No entanto, o Império Bizantino também enfrentou a pressão contínua de inimigos, incluindo persas, árabes, turcos seljúcidas e cruzados do Ocidente.

Finalmente, em 1453 d.C., a capital Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos sob o comando do sultão Mehmed II, marcando o fim definitivo do Império Romano. A cidade passou a chamar-se Istambul e tornou-se a capital do Império Otomano. A queda do Império Bizantino marcou o fim da Idade Média e o início do Renascimento na Europa.