As mulheres vikings, frequentemente ofuscadas pelos seus homólogos masculinos na história popular, desempenharam papéis essenciais e multifacetados na sociedade nórdica durante a Era Viking, que decorreu aproximadamente entre o final do século VIII e o início do século XI.

Estas mulheres não se limitavam aos papéis tradicionais, mas exerciam várias profissões, gozavam de direitos legais pouco comuns na sua época e, em alguns casos, participavam mesmo em guerras.

Esta breve introdução prepara o terreno para uma exploração mais profunda dos diversos e significativos contributos das mulheres vikings na sua complexa e vibrante cultura.

Factos sobre as mulheres vikings

1. profissões variadas

As mulheres vikings não estavam confinadas aos papéis tradicionais de género, tendo-se dedicado a um vasto leque de ocupações essenciais para o funcionamento da sua sociedade, nomeadamente a agricultura, que era uma parte fundamental da vida nórdica.

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Para além da agricultura, as mulheres desempenhavam um papel crucial na produção artesanal, como a tecelagem, a fiação e o fabrico de têxteis.

Estas competências eram vitais não só para uso pessoal, mas também para o comércio, uma vez que os produtos artesanais das mulheres vikings eram muito procurados.

2) Direitos legais

As mulheres vikings gozavam de direitos legais relativamente progressivos para a sua época, podendo herdar bens, incluindo terras, e eram reconhecidas como entidades legais de direito próprio.

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As mulheres vikings também tinham o direito de se divorciar dos seus maridos, embora o processo fosse normalmente mais simples para os homens.

Estes direitos legais reflectiam um nível de igualdade entre homens e mulheres que não era comum em muitas outras sociedades medievais.

3) Servas do escudo

Embora a participação das mulheres vikings na guerra não fosse tão comum como a dos homens, há provas que sugerem que algumas mulheres se tornaram de facto guerreiras, conhecidas como damas de escudo.

Estas mulheres eram hábeis em combate e acompanhavam frequentemente os grupos de invasores vikings ou defendiam as suas propriedades quando necessário.

Os relatos das sagas e os registos históricos mencionam mulheres como Lagertha e Æthelflæd, que eram famosas pelas suas proezas marciais.

No entanto, é importante notar que as damas de companhia podem ter sido a exceção e não a regra, e a extensão do seu envolvimento na guerra é ainda um assunto de debate académico.

4. descendência matrilinear

A sociedade viking dava grande importância à família e ao parentesco, e um aspeto intrigante era a ênfase na descendência matrilinear.

Ao contrário de muitas outras culturas da época, onde a linhagem era traçada através da linha masculina, o povo nórdico traçava frequentemente a sua ascendência através da linha materna, o que significava que a mãe de uma pessoa desempenhava um papel central na determinação da sua identidade social e dos seus direitos de herança.

A descendência matrilinear reforçou a importância das mulheres no seio da família e ajudou a manter as ligações e alianças entre os diferentes grupos de parentesco.

5) Artesanato

As mulheres vikings eram altamente qualificadas em várias formas de artesanato e a produção têxtil, incluindo a fiação, a tecelagem e a tinturaria, era uma parte vital da sua vida quotidiana.

As mulheres produziam vestuário, cobertores e outros têxteis para as suas famílias. Para além dos têxteis, as mulheres vikings eram competentes no fabrico de cerâmica e de jóias.

Estes ofícios não eram apenas para uso pessoal; contribuíam também para a economia em geral, uma vez que as mulheres produziam bens para comércio, reforçando a estabilidade financeira das suas famílias e contribuindo para as prósperas redes comerciais da Era Viking.

6. papéis religiosos

As mulheres vikings desempenhavam papéis essenciais nas práticas e rituais religiosos, podendo tornar-se sacerdotisas ou videntes, servindo de intermediárias entre a sua comunidade e o mundo espiritual.

Estas mulheres realizavam cerimónias religiosas, ofereciam sacrifícios e faziam adivinhações para fornecer orientação e discernimento.

Os seus deveres espirituais eram essenciais para a manutenção do sistema de crenças viking, que incluía divindades como Odin, Thor e Freyja. Como guardiãs das tradições e conhecimentos religiosos, estas mulheres tinham uma influência considerável nas suas comunidades.

7) Inscrições rúnicas

As runas eram um antigo sistema de escrita utilizado pelos nórdicos e eram frequentemente inscritas em vários objectos, incluindo pedras memoriais e artigos pessoais. Algumas inscrições rúnicas da Era Viking mencionam mulheres pelo nome, comemorando as suas vidas e realizações.

Estas inscrições fornecem provas históricas valiosas sobre o papel e o estatuto das mulheres na sociedade Viking. Por exemplo, algumas pedras rúnicas podem homenagear as mulheres pelas suas contribuições para as suas famílias ou comunidades, realçando a sua importância.

8. navios da era viking

As mulheres vikings estavam associadas à cultura marítima da sua sociedade. Embora os homens fossem normalmente os principais marinheiros e guerreiros, as mulheres não estavam totalmente desligadas deste aspeto da vida viking.

Algumas mulheres vikings foram enterradas com navios, o que indica uma ligação simbólica com a navegação marítima e talvez o seu papel no apoio ou participação em actividades comerciais.

Estes enterramentos de navios significam a importância das actividades marítimas na cultura viking e o reconhecimento do envolvimento das mulheres neste domínio.

9. negociação

O comércio era uma parte importante da sociedade viking e as mulheres desempenhavam um papel ativo nesta atividade económica, acompanhando frequentemente os maridos nas viagens comerciais, ajudando-os nas negociações, gerindo as finanças e assegurando o êxito destes empreendimentos.

O envolvimento das mulheres vikings no comércio foi crucial para o bem-estar económico das suas famílias e comunidades, uma vez que os vikings estabeleceram extensas redes comerciais que se estendiam por toda a Europa e não só.

10. estatuto social

O estatuto social das mulheres vikings variava em função de factores como a riqueza, a região e circunstâncias específicas. As mulheres das famílias mais ricas tinham geralmente mais liberdade e influência no seio das suas comunidades, podendo herdar propriedades, gerir patrimónios e exercer um controlo considerável sobre os assuntos domésticos.

Em contrapartida, as mulheres de agregados familiares menos abastados poderão ter tido menos oportunidades de mobilidade económica e social. No entanto, em comparação com algumas sociedades contemporâneas, as mulheres vikings gozavam de relativamente mais liberdade e autonomia.