As pirâmides maias são monumentos duradouros dos feitos notáveis da antiga civilização maia. Estas estruturas imponentes não eram apenas grandes maravilhas arquitectónicas, mas tinham também um profundo significado religioso, astronómico e cultural.

Com o seu desenho em pirâmide escalonada e alinhamentos precisos com eventos celestiais, as pirâmides maias serviam como centros de culto, observatórios astronómicos e pontos focais para sacrifícios humanos.

Abandonadas durante séculos e mais tarde redescobertas, estas pirâmides oferecem um vislumbre do conhecimento sofisticado e das crenças espirituais profundas da enigmática civilização Maia.

Junte-se a nós numa viagem para explorar o fascinante mundo das pirâmides maias e desvendar os mistérios que elas continuam a guardar.

Factos sobre as pirâmides maias

1) Construído para fins religiosos e cerimoniais

As pirâmides maias estavam no centro da vida religiosa e cultural da civilização maia, sendo consideradas estruturas sagradas e desempenhando um papel central em vários rituais religiosos, cerimónias e eventos importantes na vida da comunidade.

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Estas cerimónias envolviam frequentemente oferendas aos deuses, orações por colheitas abundantes e propiciação a seres divinos para garantir o bem-estar do povo e dos seus governantes.

2. conceção em pirâmide escalonada com templos no topo

A forma arquitetónica mais comum das pirâmides maias era a pirâmide escalonada, também conhecida como "pirâmide-templo". Estas estruturas eram construídas com vários níveis, cada um dos quais servia um objetivo específico.

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Uma ampla escadaria conduzia à plataforma superior, onde era erigido um templo ou santuário para albergar artefactos religiosos ou representar uma divindade específica. O número de degraus podia variar, reflectindo frequentemente valores numéricos importantes na cosmologia maia.

3. alinhado com os acontecimentos celestes e o calendário maia

Os maias eram astrónomos e matemáticos habilidosos e tinham um profundo conhecimento dos ciclos celestes. As pirâmides maias eram intencionalmente orientadas para se alinharem com eventos astronómicos específicos, como os solstícios, equinócios e as posições de corpos celestes como o sol, a lua e Vénus.

Estes alinhamentos não só serviam para fins religiosos e cerimoniais, como também ajudavam os Maias a planear a agricultura, a marcar datas importantes no calendário e a afirmar a sua ligação ao cosmos e aos deuses.

A precisão destes alinhamentos mostra os conhecimentos avançados dos Maias sobre astronomia e a sua capacidade de criar estruturas que se harmonizavam com o mundo natural.

4. construído com blocos de calcário

As pirâmides maias foram construídas principalmente com calcário, uma rocha sedimentar abundante na Península de Yucatán e noutras regiões onde a civilização maia floresceu. O calcário era uma escolha prática para a construção devido à sua disponibilidade e facilidade de trabalho.

Os Maias extraíam a pedra de fontes próximas e cortavam-na em blocos uniformes para criar as estruturas. Também utilizavam argamassa à base de cal para unir as pedras, garantindo a estabilidade e a durabilidade das pirâmides ao longo do tempo.

Para aumentar a atração visual das estruturas, os Maias rebocavam frequentemente os exteriores e pintavam-nos com cores vibrantes, transformando as pirâmides em pontos de referência coloridos nas suas cidades.

5. variam de tamanho em função da importância da cidade

O tamanho e a complexidade das pirâmides maias variavam em função da importância da cidade ou do local onde eram construídas. Os grandes centros urbanos com forte influência política e religiosa apresentavam normalmente pirâmides maiores e mais elaboradas.

Estas grandes pirâmides simbolizavam o poder e o prestígio da cidade e serviam frequentemente de ponto de encontro para várias actividades sociais e religiosas.

Em contrapartida, as povoações mais pequenas ou os sítios menos influentes podiam ter pirâmides mais simples e menos maciças, embora continuassem a ter um significado religioso importante para as comunidades locais.

6. El Castillo em Chichen Itza é uma famosa pirâmide Maia

El Castillo, também conhecido como o Templo de Kukulcan, é uma das pirâmides maias mais emblemáticas. Localizada na antiga cidade de Chichen Itza, na Península de Yucatán, no México, esta pirâmide é um exemplo impressionante da arquitetura maia e do conhecimento cosmológico.

El Castillo é uma pirâmide de degraus com quatro lados e 91 degraus de cada lado, somando 364 degraus quando se conta a plataforma superior. Incluindo o degrau da entrada do templo, o número total de degraus chega a 365, representando os dias do ano solar.

Durante os equinócios da primavera e do outono, o jogo de luz solar e sombra cria a ilusão de uma serpente a descer a escadaria da pirâmide, uma representação simbólica do deus serpente emplumada Kukulcan.

7) Outras pirâmides de renome

Para além de El Castillo em Chichen Itza, várias outras pirâmides maias ganharam reconhecimento generalizado. Um exemplo é a Pirâmide do Grande Jaguar (Templo da Pirâmide I) na antiga cidade de Tikal, na Guatemala.

Esta pirâmide é conhecida pela sua altura imponente e pelos seus intrincados detalhes arquitectónicos, e serviu como um importante centro cerimonial em Tikal, uma das mais poderosas cidades-estado maias.

Outra pirâmide notável é o Templo das Inscrições em Palenque, no México. Esta pirâmide alberga um túmulo que se crê ter pertencido ao grande governante maia Pakal, e as suas inscrições oferecem informações valiosas sobre a escrita hieroglífica e a história dos maias.

8. utilizado para sacrifícios humanos

O sacrifício humano era um aspeto importante das práticas religiosas maias, e muitas das pirâmides serviam de local para estes rituais. Os maias acreditavam que oferecer sangue humano aos deuses era necessário para manter o equilíbrio do cosmos e assegurar a existência contínua do mundo.

Os sacrifícios envolviam muitas vezes inimigos capturados em guerras, criminosos ou mesmo voluntários. O processo ritual podia variar, mas normalmente envolvia o corte do coração ou a decapitação da vítima sacrificial.

Depois do sacrifício, os corpos eram frequentemente atirados pelas escadas do templo ou colocados em enterros rituais nas proximidades, acreditando-se que o ato de sacrifício apaziguava os deuses e trazia prosperidade e proteção à comunidade.

9. alguns serviram como observatórios astronómicos

Para além das suas funções cerimoniais e religiosas, algumas pirâmides maias também serviam como observatórios astronómicos. Os maias tinham um conhecimento sofisticado dos movimentos celestes e observavam atentamente as posições do sol, da lua, das estrelas e dos planetas.

Certas pirâmides foram concebidas com características arquitectónicas específicas que permitiam aos Maias seguir com precisão os acontecimentos astronómicos.

Conseguiam determinar os solstícios, equinócios e outros alinhamentos celestes significativos, que eram essenciais para o seu calendário agrícola, cerimónias religiosas e práticas culturais.

10. muitos abandonados e mais tarde redescobertos

Com o declínio da civilização maia por volta do século IX d.C., muitas das cidades outrora prósperas foram abandonadas.

As razões para o declínio estão sujeitas a debate entre historiadores e arqueólogos, mas factores como a degradação ambiental, o esgotamento de recursos, a guerra e a instabilidade política desempenharam provavelmente um papel significativo.

À medida que as cidades maias foram sendo abandonadas, foram sendo gradualmente recuperadas pela densa selva, que ocultou as magníficas pirâmides e outras estruturas durante séculos. Só nos séculos XIX e XX é que os exploradores e arqueólogos começaram a redescobrir e a escavar estes locais antigos, descobrindo a rica história e as maravilhas arquitectónicas da civilização maia.