Os Aztecas foram uma civilização notável e influente que prosperou no centro do México entre os séculos XIV e XVI.

Conhecidos pelas suas práticas agrícolas avançadas, arquitetura impressionante e crenças religiosas intrincadas, os astecas deixaram um legado rico que continua a cativar a nossa imaginação nos dias de hoje.

Desde a sua magnífica capital, Tenochtitlan, até ao seu complexo sistema de escrita e tradições únicas, os astecas deixaram uma marca indelével na história e na cultura da Mesoamérica.

Neste breve resumo, vamos mergulhar no fascinante mundo dos astecas, explorando a sua sociedade, religião, conquista e contribuições culturais duradouras.

Factos sobre o Império Azteca

1. floresceu no centro do México do século XIV ao século XVI

Os astecas, também conhecidos como mexicas, foram uma civilização mesoamericana que prosperou nas terras altas do México central.

A sua civilização ganhou proeminência no século XIV e atingiu o seu auge durante o século XV e início do século XVI.

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A origem exacta dos astecas é objeto de debate, mas, de acordo com as suas próprias lendas, acreditavam ser originários de um local chamado Aztlan.

Com o tempo, embarcaram numa viagem de migração guiada pelo seu deus patrono Huitzilopochtli, que os conduziu ao Vale do México, onde fundaram a sua capital, Tenochtitlan.

2. a capital era Tenochtitlan, construída numa ilha do lago Texcoco

Tenochtitlan, a capital do Império Azteca, era uma cidade notável situada numa ilha do lago Texcoco, fundada em 1325 e construída com técnicas engenhosas de engenharia.

Os astecas criaram ilhas artificiais conhecidas como chinampas, que eram utilizadas para a agricultura para sustentar a sua grande população, e também construíram calçadas e canais para ligar a cidade ao continente.

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Tenochtitlan foi uma maravilha urbana do seu tempo, com uma arquitetura impressionante, templos, pirâmides, palácios e mercados. A sua grandeza e planeamento urbano avançado fizeram dela uma das maiores e mais populosas cidades do mundo durante o seu apogeu.

3. tinha uma sociedade hierárquica com o imperador no topo

A sociedade asteca era estruturada de forma hierárquica. No topo da pirâmide social estava o imperador, conhecido como tlatoani. A posição do tlatoani era tanto religiosa quanto política, e ele detinha um poder significativo sobre o império.

O imperador era considerado divino e acreditava-se que era um representante direto dos deuses na Terra. Abaixo do imperador estavam os nobres, que desempenhavam importantes funções administrativas e religiosas. Eram seguidos pelos sacerdotes, guerreiros, plebeus e escravos.

Os plebeus constituíam a maioria da população e exerciam diversas profissões, como agricultores, artesãos e comerciantes.

Os escravos, normalmente prisioneiros de guerra ou indivíduos que não conseguiam pagar dívidas, tinham o estatuto mais baixo e tinham direitos e oportunidades de progressão limitados. A estrutura social dos astecas era rígida e estritamente definida, com pouco espaço para a mobilidade social.

4. praticavam uma religião politeísta e ofereciam sacrifícios humanos

Os astecas tinham um sistema de crenças religiosas complexo e profundamente enraizado que desempenhava um papel central na sua sociedade.

Eram politeístas, adorando um vasto panteão de deuses e deusas, cada um associado a diferentes aspectos da vida, da natureza e das forças cósmicas.

Algumas das divindades essenciais na sua religião incluíam Huitzilopochtli, o deus da guerra e do sol, Quetzalcoatl, o deus-serpente emplumado associado à aprendizagem e ao conhecimento, Tlaloc, o deus da chuva, e Coatlicue, a deusa-mãe da terra e da fertilidade.

Um dos aspectos mais controversos da religião asteca era a prática do sacrifício humano, pois acreditavam que os deuses precisavam de alimento constante sob a forma de sangue humano para sustentar o universo e manter o equilíbrio do cosmos.

Por isso, eram realizados rituais elaborados para oferecer sacrifícios humanos, muitas vezes prisioneiros de guerra ou cativos de tribos vizinhas, que tinham lugar durante várias festas religiosas e eram vistos como necessários para evitar catástrofes e garantir o nascer do sol todos os dias.

O Grande Templo de Tenochtitlan era um ponto central para estas cerimónias, com plataformas dedicadas a sacrifícios a diferentes divindades.

5) A Pedra do Sol, um artefacto famoso, não era um calendário funcional

A Pedra do Sol, também conhecida como Pedra do Calendário Azteca, é um dos artefactos mais emblemáticos e conhecidos da civilização Azteca.

Esculpida em basalto, esta enorme pedra circular mede cerca de 3,6 metros (12 pés) de diâmetro e pesa cerca de 24 toneladas. A intrincada escultura na pedra é uma representação simbólica de vários elementos cósmicos e deuses da mitologia asteca.

Contrariamente à crença popular, a Pedra do Sol não era um calendário funcional utilizado para registar datas, mas sim uma representação monumental da visão asteca do tempo e da natureza cíclica do universo.

A figura central da pedra representa Tonatiuh, o deus do sol, e os símbolos circundantes referem-se a outros deuses, ciclos de tempo e eventos celestiais significativos.

A Pedra do Sol tinha um profundo significado religioso e cosmológico, servindo mais como um altar cerimonial ornamentado do que como um calendário prático.

6. sistema agrícola desenvolvido com chinampas, jardins flutuantes

Os astecas desenvolveram engenhosamente um sistema agrícola avançado para sustentar a sua grande população, que dependia em grande medida das chinampas ou jardins flutuantes.

Nas zonas pantanosas em redor do lago Texcoco, os astecas criaram ilhas artificiais tecendo canas em tapetes rectangulares, que eram depois ancorados ao leito do lago. Estas chinampas eram depois cobertas com lama e solo fértil, criando terras altamente produtivas para cultivo.

As chinampas proporcionavam inúmeros benefícios aos astecas, permitindo a produção agrícola durante todo o ano, uma vez que a água do lago, rica em nutrientes, proporcionava uma irrigação natural. Os astecas cultivavam uma variedade de culturas nestes jardins flutuantes, incluindo milho, feijão, abóbora, tomate e pimentão.

Este sistema agrícola era altamente eficiente e contribuía significativamente para o abastecimento alimentar do império. O excedente produzido pelas chinampas era utilizado para o comércio, alimentando ainda mais o poder económico e político da civilização asteca.

7. usava a escrita nahuatl, registada em códices

Os astecas utilizavam um sistema de escrita baseado em elementos pictóricos e logográficos, conhecido como escrita nahuatl. A língua nahuatl era falada pelos astecas e por outras culturas da região, que a adaptaram para representar os seus pensamentos e ideias sob a forma de glifos.

Estes glifos eram frequentemente combinados para criar significados complexos e eram registados em várias superfícies, incluindo papel de casca de árvore e pele de veado.

Os códices eram livros importantes que continham informações sobre a história, a religião, os rituais e outros aspectos da vida asteca. Estes códices eram pintados à mão e desenhados de forma intrincada, tendo desempenhado um papel crucial na preservação e transmissão de conhecimentos e tradições ao longo das gerações.

Infelizmente, durante a conquista espanhola do México, muitos códices astecas foram destruídos ou perdidos, o que torna difícil decifrar e compreender totalmente os seus registos escritos.

8) Conquistada pelos espanhóis sob o comando de Hernán Cortés em 1521

A queda do Império Azteca deu-se com a chegada dos conquistadores espanhóis no início do século XVI. Em 1519, o explorador espanhol Hernán Cortés liderou uma expedição ao México com o objetivo de reclamar novos territórios para Espanha.

Quando Cortés e o seu pequeno exército chegaram ao Vale do México, encontraram a civilização azteca liderada pelo imperador Moctezuma II.

Aproveitando as divisões internas do Império Azteca e obtendo o apoio de alguns aliados indígenas inimigos dos Aztecas, Cortés e as suas forças conseguiram cercar Tenochtitlan. Após uma série de batalhas e negociações, a cidade caiu nas mãos dos espanhóis em 1521.

Moctezuma II morreu durante o conflito e a resistência asteca acabou por se desmoronar. A vitória espanhola marcou o fim da civilização asteca e a região passou a fazer parte do império colonial espanhol.

9. artistas e arquitectos habilidosos, conhecidos pelas esculturas e pirâmides elaboradas

Os astecas eram artistas e arquitectos de renome, tendo deixado um rico legado de criações artísticas que se destacam em várias formas de arte, incluindo esculturas em pedra, cerâmica, joalharia, plumas e têxteis.

Muitas das suas esculturas retratavam deuses, criaturas míticas e indivíduos proeminentes, apresentando pormenores intrincados e significados simbólicos.

Os astecas eram particularmente conhecidos pelas suas pirâmides e templos imponentes. O Grande Templo, também conhecido como Templo Mayor, era a estrutura religiosa e política central em Tenochtitlan. Tinha dois santuários dedicados aos deuses Huitzilopochtli e Tlaloc.

Outras pirâmides e templos impressionantes foram construídos em todo o império para honrar diferentes divindades. Estas estruturas eram frequentemente decoradas com esculturas e murais elaborados, reflectindo as crenças religiosas e as proezas artísticas dos astecas.

10) Apreciava o chocolate como uma bebida amarga feita a partir de grãos de cacau

Os astecas foram das primeiras civilizações conhecidas a descobrir e a consumir chocolate. As sementes de cacau eram muito valorizadas e utilizadas como forma de moeda na sua sociedade.

Preparavam uma bebida amarga e espumosa chamada "xocolātl" a partir de grãos de cacau torrados, aromatizados com especiarias como a malagueta, a baunilha e o urucum. Acreditava-se que a bebida tinha propriedades afrodisíacas e era reservada para ocasiões especiais, cerimónias religiosas e para a nobreza.

Quando os espanhóis se encontraram com os astecas, conheceram esta bebida exótica, que mais tarde foi levada para a Europa, onde o chocolate se tornou rapidamente popular, sofrendo várias adaptações para se adequar aos gostos europeus.

A própria palavra "chocolate" deriva do termo nahuatl "xocolātl". A antiga tradição asteca de consumir chocolate deixou uma marca indelével no mundo e continua a ser uma guloseima apreciada por pessoas de todo o mundo atualmente.