Os astecas foram uma civilização mesoamericana vibrante e poderosa que prosperou entre os séculos XIV e XVI. Centrados em torno da sua majestosa capital, Tenochtitlan, os astecas alcançaram feitos notáveis em vários domínios.

Os seus feitos em áreas como a agricultura, a matemática, a arte e as proezas militares deixaram um impacto duradouro na história da Mesoamérica.

Esta breve introdução prepara o terreno para explorar o rico património cultural e as notáveis contribuições dos astecas para o mundo.

Realizações dos Aztecas

1. Tenochtitlan - Capital e maravilha da engenharia

Tenochtitlan foi o coração do Império Azteca e uma das cidades mais impressionantes das Américas pré-colombianas, tendo sido fundada em 1325 numa pequena ilha do Lago Texcoco.

Os astecas construíram engenhosamente a sua cidade numa série de ilhas artificiais ligadas por passadiços elevados, permitindo um acesso fácil ao continente. Os passadiços também serviam de diques, ajudando a controlar os níveis de água do lago.

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No seu apogeu, Tenochtitlan cobria uma área de cerca de 5 milhas quadradas (13 quilómetros quadrados) e tinha um traçado urbano bem organizado. A cidade estava dividida em quatro distritos principais, cada um com as suas próprias características e objectivos distintos.

O distrito central albergava os edifícios religiosos e administrativos, incluindo o Templo Mayor, a grande pirâmide dedicada aos deuses aztecas Huitzilopochtli e Tlaloc. As realizações arquitectónicas da cidade impressionaram os conquistadores espanhóis aquando da sua chegada no início do século XVI.

2. agricultura avançada com chinampas (jardins flutuantes)

Um dos feitos mais notáveis dos astecas foi o seu sistema agrícola inovador, utilizando chinampas, também conhecidas como jardins flutuantes. As áreas circundantes do lago Texcoco não eram adequadas para a agricultura tradicional devido às condições pantanosas, pelo que os astecas resolveram engenhosamente este problema.

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As chinampas eram ilhas artificiais construídas na superfície do lago através de camadas de lama, vegetação e juncos. Estas parcelas rectangulares de terra fértil tinham cerca de 30 metros de comprimento e 2,5 metros de largura.

Os astecas cultivavam uma variedade de culturas nas chinampas, sendo o milho, o feijão, a abóbora, o tomate, os pimentos e as flores alguns dos principais produtos básicos.

Este engenhoso método agrícola aumentou significativamente o rendimento das colheitas e contribuiu para o sustento da grande população de Tenochtitlan e do Império Asteca em geral. As chinampas tornaram-se uma parte vital da sua prosperidade económica e segurança alimentar.

3. sistema de calendário sofisticado para a matemática e a astronomia

Os astecas desenvolveram um sistema de calendário complexo e preciso que demonstrava os seus conhecimentos de matemática e astronomia.

Tinham dois calendários principais: o Xiuhpohualli, ou calendário solar, e o Tonalpohualli, ou calendário sagrado. A combinação destes dois calendários criou a "Ronda do Calendário", um ciclo de 52 anos.

O Xiuhpohualli consistia em 18 meses, cada um com 20 dias, totalizando 360 dias. Para contabilizar os 5,25 dias restantes do ano solar, os astecas acrescentaram um mês especial de cinco dias chamado "Nemontemi" no final do ano.

O Tonalpohualli era um calendário ritual de 260 dias, em que cada dia estava associado a uma combinação única de um dos 20 dias nomeados e de um dos 13 números. O Tonalpohualli era crucial para a marcação de cerimónias religiosas, adivinhação e outros eventos significativos.

Os astecas utilizavam estes calendários para determinar datas auspiciosas para a plantação e colheita de colheitas, organizar festivais religiosos e prever acontecimentos futuros. O seu sistema de calendários era tão exato que até superava os calendários europeus da época no que se refere ao acompanhamento de acontecimentos celestes.

4. pirâmides e templos impressionantes que mostram a arquitetura

A arquitetura asteca era caracterizada por estruturas monumentais, particularmente pirâmides e templos, que mostravam as suas capacidades de engenharia e artísticas. O Templo Mayor, localizado no centro de Tenochtitlan, era a pirâmide religiosa mais proeminente da cidade.

Era dedicada a duas grandes divindades astecas, Huitzilopochtli, o deus da guerra, e Tlaloc, o deus da chuva e da agricultura. A pirâmide tinha dois santuários no topo, cada um dedicado a uma dessas divindades.

O Templo Mayor era uma impressionante estrutura de sete níveis, feita de pedra e adornada com entalhes e esculturas intrincados, que foi periodicamente ampliada e reconstruída para acomodar várias cerimónias e ofertas religiosas.

Os astecas acreditavam que os deuses exigiam sacrifícios humanos regulares para garantir o nascer do sol e outros aspectos vitais para a continuação do mundo.

Para além das estruturas religiosas, os astecas construíram impressionantes edifícios administrativos e cerimoniais em todas as suas cidades. A sua arquitetura exibia um sentido de grandeza e servia de reflexo dos seus valores sociais e crenças religiosas.

5. conhecimentos de fitoterapia e de práticas de cura tradicionais

Os astecas tinham um conhecimento considerável da medicina herbácea e das práticas de cura tradicionais. O seu conhecimento das plantas medicinais e dos remédios era transmitido através de gerações e estava muitas vezes entrelaçado com crenças e rituais religiosos.

Os curandeiros astecas, conhecidos como tlamatini ou ticitl, desempenhavam um papel vital na sua sociedade. Utilizavam uma vasta gama de plantas, ervas e substâncias naturais para tratar várias doenças e ferimentos. Algumas plantas medicinais comuns incluíam aloé vera, salva, cacau e uma variedade de outras ervas.

Para além da medicina herbal, os astecas praticavam outras formas de cura, como a massagem terapêutica, os banhos de vapor e os rituais espirituais. Acreditavam que o equilíbrio entre os aspectos físicos, mentais e espirituais de uma pessoa era essencial para o bem-estar geral.

A abordagem asteca à medicina e à cura era holística, considerando não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos espirituais e emocionais da condição do paciente. Esta abordagem holística estava profundamente integrada na sua cultura e sistema de crenças.

6. artistas e artesãos qualificados que produzem obras de arte complexas

A arte e o artesanato astecas floresceram, deixando para trás um impressionante legado de obras em vários meios de comunicação. Os artistas astecas eram hábeis a trabalhar com materiais como pedra, madeira, barro, penas, têxteis e metais preciosos.

Uma das formas mais conhecidas da arte asteca era a cerâmica. A cerâmica asteca caracterizava-se por desenhos e padrões geométricos intrincados. Utilizavam a pintura por deslizamento e vários esmaltes para criar peças de cerâmica visualmente deslumbrantes. Estes recipientes serviam para fins práticos, como o armazenamento de alimentos e água, bem como para funções cerimoniais e decorativas.

O trabalho com penas foi outra forma de arte notável dominada pelos astecas, que criaram elaborados toucados de penas, escudos, leques e outros objectos adornados com as penas de cores vivas das aves tropicais. Estas obras de arte com penas eram muito apreciadas e reservadas para cerimónias religiosas e para a nobreza.

A ourivesaria e a ourivesaria eram também ofícios bem desenvolvidos entre os astecas, que criavam jóias requintadas, ornamentos e objectos cerimoniais utilizando estes metais preciosos.

Para além do artesanato, os astecas eram pintores e escribas exímios, produzindo elaborados manuscritos ilustrados, conhecidos como códices, que forneciam informações valiosas sobre a sua história, religião e cultura.

A arte asteca apresentava frequentemente temas e símbolos religiosos, reflectindo a sua devoção aos deuses e a sua crença na interligação dos mundos natural e espiritual.

7. sistema de ensino e códices valiosos para registar os conhecimentos

Os astecas tinham um sistema de educação que se centrava na formação de diferentes segmentos da sua sociedade. Embora a educação formal estivesse reservada principalmente à classe de elite, o conhecimento era também transmitido através de tradições orais e de formação prática a outros membros da sociedade.

Para a elite, a educação era rigorosa e multifacetada, envolvendo disciplinas como astronomia, história, religião, política e treino militar. Os rapazes de famílias nobres recebiam a sua educação em calmecacs, escolas religiosas, onde aprendiam os meandros da sua cultura e religião.

Por outro lado, os rapazes da plebe frequentavam os telpochcalli, onde lhes eram ensinadas competências práticas, formação militar e conhecimentos profissionais.

Os astecas registavam grande parte do seu conhecimento em códices, que eram manuscritos ilustrados feitos de papel feito de casca de figueira ou de peles de animais. Estes códices continham uma grande quantidade de informação sobre história, rituais religiosos, sistemas calendários e muito mais.

Infelizmente, grande parte deste conhecimento perdeu-se durante a conquista espanhola, uma vez que os conquistadores e os missionários destruíram ou proibiram frequentemente estes códices, considerando-os obras pagãs.

8) Extensas redes de comércio e utilização de sementes de cacau como moeda

Os astecas eram comerciantes habilidosos e tinham uma rede de comércio bem estabelecida que ligava várias regiões da Mesoamérica. As principais rotas comerciais eram por terra e água e os astecas comercializavam uma vasta gama de mercadorias, incluindo produtos agrícolas, têxteis, cerâmica, obsidiana, jade e muito mais.

Os astecas utilizavam um sistema de permuta para transacções mais pequenas, em que os bens eram trocados diretamente por outros bens. Para transacções maiores, utilizavam uma moeda padronizada conhecida como grãos de cacau.

As favas de cacau eram muito valorizadas e utilizadas como moeda e como artigo de luxo. As favas eram também utilizadas para fazer uma bebida amarga chamada "xocolātl", que era reservada aos nobres e às cerimónias religiosas.

A economia asteca beneficiou destas extensas redes comerciais, fomentando o intercâmbio cultural e contribuindo para a riqueza e estabilidade do seu império.

9. políticas militares e expansionistas poderosas

Os astecas eram uma força militar formidável e as suas políticas expansionistas desempenharam um papel crucial no crescimento do seu império, tendo-se envolvido em guerras frequentes para conquistar e assimilar cidades-estado vizinhas no seu domínio.

Os militares astecas eram bem organizados e altamente disciplinados. Os guerreiros, conhecidos como "cuāuhocēlōtl", provinham de todas as classes sociais e eram muito respeitados na sociedade asteca. Eram treinados desde tenra idade na arte da guerra e o seu principal objetivo era capturar os inimigos para rituais de sacrifício, em vez de os exterminar.

O sucesso das suas campanhas militares permitiu aos astecas expandir o seu território e estabelecer sistemas de tributo, em que as regiões submetidas pagavam tributo sob a forma de bens e trabalho aos governantes astecas, o que enriqueceu ainda mais a elite asteca e contribuiu para a riqueza e estabilidade do império.

10. aquedutos e infra-estruturas sofisticadas para o abastecimento de água

Para sustentar a grande população de Tenochtitlan e das áreas circundantes, os astecas desenvolveram um sofisticado sistema de aquedutos e canais para garantir um abastecimento de água estável. O lago Texcoco, onde se situava Tenochtitlan, estava rodeado de pântanos e era frequentemente inundado, o que tornava necessária uma gestão eficaz da água.

Os astecas construíram aquedutos, conhecidos como "zanjas", para canalizar a água doce de nascentes e fontes distantes para a cidade. Estes aquedutos eram suportados por pontes elevadas, permitindo que a água fluísse livremente sobre as calçadas da cidade.

Além disso, os Astecas construíram um sistema de diques e estradas elevadas que ajudaram a controlar os níveis de água no Lago Texcoco e a proteger a cidade de inundações durante a estação das chuvas.

Este sistema avançado de gestão da água demonstrou as capacidades de engenharia dos Astecas e permitiu-lhes sustentar uma grande população num ambiente difícil.