O Antigo Egipto refere-se a uma das civilizações mais duradouras e fascinantes do mundo que floresceu ao longo do rio Nilo, no nordeste de África.

Durante milhares de anos, de cerca de 3100 a.C. a 30 a.C., o antigo Egipto testemunhou realizações notáveis na arte, arquitetura, religião, governo e cultura.

A civilização surgiu durante o Período Pré-dinástico, quando pequenas comunidades agrícolas se estabeleceram ao longo do Nilo, tendo atingido o seu apogeu durante o Reino Antigo, conhecido pela construção das magníficas pirâmides de Gizé.

Após um período de fragmentação política durante o Primeiro Período Intermediário, o Império do Meio inaugurou a estabilidade, o desenvolvimento cultural e a expansão territorial.

O Novo Reino marcou uma época de ouro do poder faraónico, com governantes poderosos como Tutmés III e Ramsés II a expandirem a influência do Egipto através de conquistas militares. O Novo Reino assistiu também à ascensão do Atenismo sob Akhenaton, uma revolução religiosa centrada no culto do deus sol Aten.

Os períodos subsequentes, incluindo o Terceiro Período Intermediário e o Período Tardio, testemunharam convulsões políticas e domínio estrangeiro, com o Egipto a ficar sob o controlo dos assírios, persas e gregos.

O período ptolemaico teve início com a conquista de Alexandre Magno e o estabelecimento do Reino Ptolemaico grego, culminando no reinado da lendária rainha Cleópatra VII.

Finalmente, o período romano viu o Egipto tornar-se uma província do Império Romano, marcando o fim da antiga soberania egípcia.

Ao longo da sua história, o antigo Egipto deixou uma marca indelével com a sua arquitetura impressionante, práticas funerárias elaboradas, um intrincado sistema de escrita hieroglífica e profundas crenças religiosas.

Período Período de tempo Principais eventos/características
Período pré-dinástico c. 5500-3100 a.C. - As primeiras provas de povoamento humano no Vale do Nilo.
- Desenvolvimento da agricultura e das primeiras formas de escrita.
Período Dinástico Inicial c. 3100-2686 a.C. - Unificação do Alto e Baixo Egipto sob o comando de Narmer/Menes.
- Construção das primeiras pirâmides em Saqqara.
Reino Antigo c. 2686-2181 a.C. - Reinado de faraós poderosos.
- Construção das icónicas pirâmides de Gizé.
- Desenvolvimento de uma burocracia complexa e de um governo centralizado.
Primeiro Período Intermediário c. 2181-2055 a.C. - Fragmentação política e enfraquecimento da autoridade central.
- Fome, agitação social e conflitos entre governantes regionais.
Reino do Meio c. 2055-1650 a.C. - Reunificação do Egipto sob o domínio dos faraós de origem tebana.
- Expansão do comércio e do intercâmbio cultural.
- Construção de templos e túmulos notáveis.
Segundo Período Intermediário c. 1650-1550 a.C. - Invasões dos hicsos, um grupo de governantes estrangeiros do Mediterrâneo Oriental.
- Os hicsos dominam o norte do Egipto, enquanto os egípcios nativos dominam o sul.
Novo Reino c. 1550-1069 a.C. - Expulsão dos hicsos e estabelecimento do Novo Reino.
- Reinado de poderosos faraós e conquistas militares.
- Construção de magníficos templos e túmulos.
- Ascensão do Atenismo durante o reinado de Akhenaton.
Terceiro Período Intermediário c. 1069-664 a.C. - Declínio da autoridade central e instabilidade política.
- Domínio de várias dinastias locais.
Período tardio c. 664-332 a.C. - Invasão e domínio de potências estrangeiras, como os assírios, os persas e os gregos.
- Renascimento das tradições egípcias nativas e renascimento cultural sob a dinastia Saite.
Período Ptolemaico c. 332-30 a.C. - Conquista do Egipto por Alexandre Magno e estabelecimento do Reino Ptolemaico.
- O reinado de Cleópatra VII.
- Fusão cultural das tradições gregas e egípcias.
Período Romano 30 A.C.-641 D.C. - A conquista romana do Egipto, que põe fim ao domínio ptolomaico.
- Incorporação do Egipto no Império Romano.

Cronologia do Antigo Egipto

Período pré-dinástico (c. 5500-3100 a.C.)

O Período Pré-dinástico refere-se ao período anterior à unificação do Alto e Baixo Egipto, durante o qual surgiram pequenas comunidades agrícolas ao longo do rio Nilo.

Os povos deste período desenvolveram técnicas agrícolas básicas, cerâmica e as primeiras formas de escrita conhecidas como hieróglifos.

Período Dinástico Inicial (c. 3100-2686 a.C.)

O Período Dinástico Inicial marca a unificação do Alto e Baixo Egipto sob o comando de Nârmer, também conhecido como Menes.

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Narmer estabeleceu a primeira capital do Egipto em Mênfis e iniciou a tradição do faraó como governante divino.

Este período assistiu ao desenvolvimento da escrita hieroglífica, à construção de túmulos monumentais e ao aparecimento da arquitetura das primeiras pirâmides.

Reino Antigo (c. 2686-2181 a.C.)

O Reino Antigo é muitas vezes referido como a "Era das Pirâmides". Os faraós da 4ª a 6ª Dinastias construíram enormes pirâmides como seus túmulos em Gizé, incluindo a Grande Pirâmide de Khufu.

O Antigo Reino assistiu ao estabelecimento de um governo central forte, com os faraós a exercerem um poder político e religioso significativo. A construção de arquitetura monumental, como templos e esfinges, atingiu o seu auge durante este período.

Primeiro Período Intermediário (c. 2181-2055 a.C.)

O Primeiro Período Intermediário caracterizou-se pela fragmentação política e pelo enfraquecimento da autoridade central. Após o declínio do Antigo Reino, os governantes regionais, conhecidos como nomarcas, ganharam poder, dando origem a um Egipto fracturado.

Este período foi marcado por dificuldades económicas, agitação social e fome, contribuindo para o colapso do regime centralizado.

Reino Médio (c. 2055-1650 a.C.)

O Império Médio começou com a reunificação do Egipto sob o comando dos faraós de origem tebana, nomeadamente Mentuhotep II.

O Império do Meio foi um período de estabilidade política, prosperidade económica e desenvolvimento artístico e cultural. Os faraós iniciaram projectos de construção em grande escala, construíram templos elaborados e concentraram-se na expansão do comércio e da exploração.

Este período também testemunhou o desenvolvimento de uma visão mais compassiva e inclusiva da vida após a morte, evidente em obras literárias como "O Conto de Sinuhe".

Segundo Período Intermediário (c. 1650-1550 a.C.)

O Segundo Período Intermediário foi uma época de convulsão política no Egipto, que começou com a invasão dos hicsos, um grupo de governantes estrangeiros do Mediterrâneo Oriental.

Os hicsos estabeleceram a sua capital em Avaris, no delta do Nilo, e governaram o norte do Egipto, enquanto os egípcios nativos mantiveram o controlo no sul. Este período testemunhou uma mistura da cultura egípcia e dos hicsos, bem como avanços na guerra e na tecnologia.

Novo Reino (c. 1550-1069 a.C.)

O Novo Reino é frequentemente considerado como o auge da civilização egípcia antiga, tendo começado com a expulsão dos hicsos e o estabelecimento do Novo Reino.

Este período assistiu ao reinado de faraós poderosos como Tutmés III, Hatshepsut, Amenhotep III e Ramsés II. O Novo Reino caracterizou-se por conquistas militares, expansão territorial e criação de um vasto império.

O reinado de Akhenaton introduziu a revolução religiosa do Atenismo, um culto monoteísta ao deus sol Aten.

Terceiro Período Intermediário (c. 1069-664 a.C.)

O Terceiro Período Intermediário foi marcado pelo declínio da autoridade central e pela instabilidade política. Após o fim do Novo Reino, o Egipto viveu uma série de conflitos e lutas pelo poder entre os governantes regionais.

O país foi dividido em Estados mais pequenos e as potências estrangeiras, incluindo os líbios e os núbios, exerceram influência em várias partes do Egipto. Este período assistiu também à ascensão de famílias sacerdotais, como os Sumos Sacerdotes de Amon, que adquiriram poder e riqueza consideráveis.

Período tardio (c. 664-332 a.C.)

O Período Tardio assistiu à invasão e ao domínio de várias potências estrangeiras no Egipto, tendo começado com os Assírios, que conquistaram o Egipto em 664 a.C. e o incorporaram no seu império.

Após a queda dos Assírios, o Egipto recuperou brevemente a sua independência durante a 26ª Dinastia, conhecida como Dinastia Saite, período em que se assistiu a um renascimento cultural, com o renascimento das tradições e formas de arte egípcias nativas.

O período tardio assistiu também à conquista do Egipto pelos persas, liderados por Cambises II, e mais tarde por Alexandre Magno, que estabeleceu o Reino Ptolemaico.

Período Ptolemaico (c. 332-30 a.C.)

O período ptolomaico começou com a conquista do Egipto por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. Após a morte de Alexandre, um dos seus generais, Ptolomeu I, estabeleceu o Reino Ptolomaico, que era governado por uma dinastia de faraós gregos.

O período ptolemaico foi marcado pela fusão das culturas grega e egípcia, bem como por avanços notáveis na ciência, arquitetura e erudição. Foi também uma época de intrigas políticas e conflitos com potências rivais, nomeadamente a República Romana.

Período Romano (30 a.C.-641 d.C.)

O período romano começou com a conquista do Egipto pelo general romano Octávio, mais tarde conhecido como Imperador Augusto, em 30 a.C. O Egipto tornou-se uma província do Império Romano, marcando o fim do domínio egípcio nativo.

Os romanos mantiveram uma presença significativa no Egipto e exerceram controlo sobre a sua administração e recursos.

Durante este período, a cultura egípcia continuou a coexistir com a influência romana e a antiga religião egípcia deu gradualmente lugar ao cristianismo, que se espalhou por toda a região. O período romano terminou com a conquista árabe do Egipto em 641 d.C.